A estratégia de Flávia Arruda diante da pressão por sua demissão

Alvo da vez de alguns líderes partidários da Câmara, a ministra Flávia Arruda definiu com aliados e auxiliares a estratégia para lidar com a pressão desses parlamentares por sua demissão da Secretaria de Governo, ministério do Palácio do Planalto responsável pela articulação política.
Segundo auxiliares, Flávia não pretende responder publicamente os deputados. A avaliação no entorno da ministra é de que não vale a pena ela “esticar a corda”, pois a pressão pela demissão estaria vindo de um único líder que não teria tido uma demanda política “individual” atendida pelo governo.
O líder a que esses auxiliares se referem é Hugo Motta (PB), que liderou a bancada do Republicanos na Câmara em 2021. O deputado foi o único até agora a pedir publicamente a demissão da ministra. Ele alegou que ela não teria atendido pedidos de parlamentares para liberação de cargos e emendas.
Auxiliares da ministra, que é deputada licenciada, sustentam que ela mantém o aval tanto do presidente Jair Bolsonaro quanto do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para continuar no ministério. Embora seja filiada ao PL, a indicação de Flávia ao cargo é creditada na cota de Lira.
Primeira morte pela variante Ômicron no Brasil é registrada em Goiás

A cidade de Aparecida de Goiânia, em Goiás, registrou nesta quinta-feira, 6, a primeira morte pela variante Ômicron no Brasil. A vítima é um homem de 68 anos, portador de uma “doença pulmonar obstrutiva crônica” e com quadro de hipertensão arterial. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ele estava vacinado com as três doses contra a Covid-19. “Ele estava internado em unidade hospitalar.
O paciente era contactante de um caso que a pasta já havia confirmado como infecção pela variante”, diz nota da pasta. “A detecção foi possível graças ao Programa Municipal de Sequenciamento Genômico que tem feito a análise de amostras positivas de RT-PCR coletadas no município para mapear a informação genética e identificar as variantes do SARS-CoV-2 (novo coronavírus) em circulação”, acrescenta. Aparecida de Goiânia já registrou 55 casos da Ômicron — que já alcançou uma prevalência de 93,5% no município.
“Determinei a ampliação do Programa de Vigilância Genômica para que possamos acompanhar o avanço de qualquer nova variante e hoje, com tristeza, recebi a notícia da primeira vítima fatal da ômicron”, lamentou o prefeito Gustavo Mendanha (MDB). A confirmação do primeiro óbito ocorre dez dias após a Secretaria de Saúde declarar a transmissão comunitária da variante na cidade. O primeiro caso foi registrado em 12 de dezembro. Apesar da morte pela variante, o secretário de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, destaca a importância da vacinação no combate à doença. “Nós perdemos um paciente vacinado, mas que tinha problemas crônicos de saúde, que são importantes fatores de risco da Covid-19. Infelizmente, ele não resistiu. Uma vida perdida em meio a milhares salvas pela imunização”, apontou Magalhães, que ressalta que, além da vacina, o uso de máscara, a correta higiene das mãos e o distanciamento social são essenciais para evitar a contaminação pelo coronavírus.
Crime denunciado por cantora de forró pode ser considerado estupro?

Em relato emocionante, a cantora Larissa Ferreira, da banda de forró Mastruz com Leite, contou nos stories do seu Instagram ter sido abusada por um colega de trabalho.
Sem revelar a identidade do agressor, ela detalhou que hospedou o homem onde mora com o marido, após o três saírem para jantar. Ele acabou dormindo em uma rede em seu quarto e, durante a madrugada, sentiu que o hóspede passou a mão pelo seu corpo, além de ter colocado a mão dela nas partes íntimas dele.
“Senti uma pessoa tocando em mim, tocando no meu corpo, beijando o meu rosto, me cheirando e segurando minha mão nas partes íntimas dela. Este homem fez isso comigo. E eu deitada na minha cama, no meu quarto, com meu marido do lado. O Jean [marido de Larissa] do meu lado. E a pessoa abusou de mim, estava me assediando, um companheiro de trabalho”, desabafou.
Ao longo de seu relato, Larissa atenta que o homem não tem o direito de tocar no corpo da mulher sem o seu consentimento, ainda que esteja nua ou alcoolizada, e incentiva as mulheres a denunciarem todo caso de violência de gênero.
Caso pode ser classificado como estupro
Ainda que não tenha havido conjunção carnal, o agressor pode ser enquadrado no crime de estupro de vulnerável, pois tocou no corpo dela, conforme explica a desembargadora Ivana David, do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).
“Quando a vítima está em uma situação em que não consegue reagir, como quando está dormindo, e o agressor toca nela, é estupro de vulnerável. Nesse caso, ele pegou a mão dela e se satisfez sexualmente”, resume David.
Desde 2009, o Código Penal descreve o estupro de vulnerável como casos em que o agressor tem contato sexual com pessoa menor de 14 anos, com enfermidade ou deficiência mental — não tendo o necessário discernimento para a prática do ato. Elenca, ainda, o caso em que a vítima não pode oferecer resistência por outros motivos, como estar alcoolizada ou dormindo.
Banda se pronuncia
Em comunicado pelo Instagram, a banda Mastruz com Leite informa que se solidariza com Larissa, diz que está tomando as medidas quanto ao músico e providenciando apoio à artista, que está fragilizada, segundo a nota.
Assessor bolsonarista pivô no Escândalo do Laranjal do PSL é morto

Haissender Souza de Paulo, que foi assessor do ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro e deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, acusado pela Polícia Federal de ser o operador do Escândalo do Laranjal do PSL, um esquema de desvio de verbas de campanha na eleição de 2018, foi encontrado morto nesta quarta-feira (5) numa propriedade de sua família em Aimorés (MG).
Ainda não ficou claro em que circunstâncias Haissander morreu. De acordo com pessoas da região, ele teria sido encontrado desorientado há alguns dias, perambulando pelas ruas de Governador Valadares (MG), a 180 km de Aimorés, também na região do Vale do Rio Doce, o que motivou a realização de um vídeo que foi postado nas redes sociais no intuito de localizar algum parente do ex-assessor parlamentar.
Encontrado pelos familiares e de volta à cidade natal, Haissander teria passado mal na última noite (4) e vomitando sangue, o que o levou a buscar ajuda num hospital local. Após ser medicado e liberado, ele voltou para a residência de sua família e para ser encontrado já sem vida na manhã desta quarta-feira (5).
Em junho de 2019, Haissander chegou a ser preso durante uma operação da PF e disse em depoimento que “parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”, envolvendo o presidente da República no esquema ilegal de caixa 2.
Meses depois, os investigadores descobriram que R$ 690 mil de verbas do fundo partidário chegaram a ser repassados à ex-esposa de Álvaro Antônio, Janaina Cardoso, que foi candidata. Em depoimento à PF, Jandir Siqueira, presidente do PSL em Belo Horizonte, contou que o valor foi repassado para a campanha de Janaina por determinação do próprio ex-marido dela..
Em suas redes sociais, o ex-assessor encontrado morto nesta manhã ostentava fotos com figuras influentes do bolsonarismo, como o empresário Luciano Hang, conhecido como Véio da Havan, o apresentador Ratinho, parlamentares e com o próprio chefe de Estado.
Laranjal dos bolsonarista do PSL
Nas eleições de 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República pelo PSL, um esquema de desvio de recursos do fundo partidário foi descoberto pela Polícia Federal envolvendo o candidato eleito pelo partido em Minas Gerais Marcelo Álvaro Antônio, que seria nomeado no início do mandato pelo líder radical como ministro do Turismo.
Segundo a investigação dos federais, Álvaro Antônio e o assessor Haissander liberavam candidatura de mulheres pelo PSL, mesmo não tendo qualquer intenção de realizar campanha para elas ou elegê-las, em troca do compromisso de que repassariam à empresa ligada a um outro assessor os valores recebidos do fundo partidário, a verba pública destinada por lei aos que pleiteiam um cargo em eleições.
A I9 Minas e Assessoria, que recebeu R$ 267,2 mil do partido apenas de janeiro a abril de 2020, pertence a Reginaldo Donizete Soares, irmão de Robertinho Soares, também assessor do ex-ministro e atualmente deputado Marcelo Álvaro Antônio. Robertinho chegou a ser preso durante a operação que investigava o esquema de candidaturas de fachada no PSL.
Alvo de busca e apreensão no ano passado, a I9 foi apontada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público como parte fundamental do esquema de desvio de recursos de candidatas laranja na eleição de 2018.
Telefone da paz: Vitor Hugo e Cabo Gilberto se falam e reconhecem exce

O prefeito de Cabedelo, Vítor Hugo, ligou para o deputado estadual Cabo Gilberto e tiveram uma conversa pacificadora nesta quinta.
Eles trocaram acusações nas redes sociais esta semana, mas, ao que parece, depois de uma conversa eles estão em paz.
No telefone, Vítor Hugo disse ao deputado que reconhece que o parlamentar não tem culpa pelo aumento de assaltos na cidade e que a luta por melhoria do salário do policiais é um direito.
Quem foi até agora o pior ministro da Saúde do governo Bolsonaro

Parada dura escolher quem foi o pior. Em três anos de governo, o presidente Jair Bolsonaro teve quatro ministros da Saúde. Pela ordem: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, o atual. Três médicos, um, Pazuello, general, autor da frase: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Mandetta tentou mandar e acabou dando-se mal com o início da pandemia. Bolsonaro foi contra tudo o que ele recomendou, e demitiu-o. Aconteceu o que Mandetta previu se o governo não combatesse a Covid-19 a tempo e com eficiência. O presidente deu passe livre ao vírus pensando que assim salvaria a economia.
Não salvou. Morreram até aqui mais de 620 mil pessoas. O número de mortos seria menor se o presidente da República não tivesse empurrado com a barriga a compra de vacinas. Teich pediu demissão com menos de 30 dias no cargo. Recusou-se a receitar cloroquina como queria Bolsonaro.
Pazuello fez tudo o que o seu mestre mandou. Especialista em logística militar, despachou para o Acre lotes de medicamentos destinados ao Amazonas. Cercou-se de militares tão incompetentes quanto ele, que admitiu nunca ter ouvido falar sobre o SUS. Para não perder a cabeça, Bolsonaro entregou a dele.
De longe, poderia ser considerado o pior dos ministros, mas o título vai para… Queiroga! Pazuello era um ignorante em matéria de saúde pública que se comportava como vassalo. Queiroga é médico, entende do riscado, e é mais inteligente do que o general, mas tão vassalo quanto. Tem bom papo. É muito mais perigoso.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu parecer favorável à vacinação de crianças entre 5 e 11 anos. Como médico, Queiroga sabia que ela estava certa. Como ministro, pressionado por Bolsonaro, retardou o início da vacinação. Para isso, abriu uma consulta pública cujo resultado era mais do que previsível.
Com o mesmo objetivo, promoveu um debate entre peritos no assunto e falsos peritos. Possivelmente hoje, deverá anunciar que será feita a vontade da Anvisa, mas não só dela. A vontade de agências universais de saúde. Nos Estados Unidos e em países europeus, a vacinação infantil está a pleno vapor.
Queiroga sonha em candidatar-se ao Senado ou à Câmara dos Deputados por seu Estado, a Paraíba. Se for, deixará o governo no final de março próximo. Isso, contudo, não deve servir de consolo para ninguém. Para seu lugar, virá outro subserviente à sua imagem e semelhança. O problema é Bolsonaro.



