- Ministro da CGU afirma certeza em corrupção na compra de tratores

24/02/2022

O jornal Estadão traz uma nova reportagem sobre denúncias de corrupção no ministério de Desenvolvimento Regional comandado por Rogério Marinho. A novidade desta quinta-feira (7) destaca que o ministro Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União (CGU), afirmou “não ter dúvida” de que há corrupção na compra de tratores pelo governo via orçamento secreto, caso revelado pelo Estadão e que ficou conhecido como “tratoraço”. Vale ressaltar que esta é a primeira vez que um membro do ‘Governo Bolsonaro’ admite um caso de corrupção no ‘Governo Bolsonaro’.

O ministro falou em audiência na Câmara na quarta-feira (6) e confirmou que está em parceria com a Polícia Federal na investigação do esquema de venda de emendas parlamentares, em que deputados e senadores destinariam dinheiro público do Orçamento a prefeituras em troca de um percentual.

“Sobre vendas de emendas, estamos investigando vários casos porque já fazemos esse trabalho em convênios em geral. Porque não é só trator, tem várias outras coisas acontecendo fruto de convênios no Brasil em diversos outros órgãos e estamos com trabalho bastante forte nisso, em parceria com a PF, e todos nós vamos ficar sabendo no dia da deflagração de operação e também no desencadeamento dos trabalhos”, afirmou aos deputados.

A denúncia é de que parlamentares cobram de 10% a 20% sobre o valor da emenda em troca da indicação de recursos para uma determinada prefeitura. O valor seria pago por empreiteiras interessadas nas obras que o dinheiro vai bancar ou pelos próprios agentes públicos.

As investigações cercam, sobretudo, emendas enviadas por deputados ou senadores para cidades fora do seus redutos eleitorais, até em outros Estados. O Estadão mostrou em maio que R$ 181 milhões foram destinadas desta maneira. “Não temos dúvidas de que vai existir corrupção na ponta, agora o nosso trabalho tem que ser bastante cauteloso”, disse o ministro.

Durante a audiência com o chefe da CGU, o deputado Jorge Solla (PT-BA) afirmou que a prática é conhecida no Congresso. “Nós temos recebido muitas denúncias de vendas de supostas emendas de relator, com pagamento antecipado de comissão em dinheiro. Chegamos a uma situação em que o volume de dinheiro é tão grande, que, para além de atender aos interesses da base do governo em votações, está se transformando em um mercado persa”, afirmou.

Em resposta, Rosário antecipou que as investigações estão avançadas. “Em relação a irregularidades já estamos chegando a algumas e, em breve, será de conhecimento de todos, estamos com as equipes atuando em conjunto sempre com a PF e o MP.”

CGU orientou Ministério a suspender tratoraço

A Controladoria-Geral da União (CGU) orientou e o Ministério do Desenvolvimento Regional – comandado por Rogério Marinho – decidiu suspender os contratos que ficaram conhecidos como ‘tratoraço’ do governo Bolsonaro. Estavam em jogo acordos que somam R$ 3 bilhões que seriam destinados à compra de máquinas agrícolas a pedido de deputados e senadores por meio do esquema do orçamento secreto. A primeira análise realizada por auditoria da CGU apontou sobrepreço no valor de R$ 142 milhões.

As informações foram publicadas dia 14 de setembro pelo jornal Estadão, que revelou o esquema em maio passado, detalhando o mecanismo de “toma lá, dá cá” para aumentar sua base de apoio do Governo Bolsonaro no Congresso. Após a publicação das primeiras matérias a auditoria da CGU foi instaurada e culminou com a suspensão dos contratos.











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