Potiguares relatam como é trabalhar nos horários das partidas da copa
Enquanto muitos conseguem uma folga para aproveitar os jogos do Brasil na Copa do Mundo, há trabalhadores que se mantêm no serviço, outros que até têm um fluxo de atividade maior nesses horários e alguns que fazem parte dos serviços essenciais e precisam estar a postos durante os duelos.
Boa parte da cidade para, já que o comércio de rua também tem fechado as portas nas partidas do Brasil, mas trabalhadores como os motoentregadores e garçons, por exemplo, continuam a operar. E a demanda costuma ser grande nesses momentos.
Em algumas cooperativas de motoboys, apenas quem fica na sede consegue assistir algumas partes dos jogos.
"Se a gente parar, a população fica sem receber o seu produto em casa. Agora a gente dá aquela pausa no jogo porque somos brasileiros e temos direito de ver o jogo. Tem que ir, porque o que vale mais é o bordado para pagar as contas", disse o motoentregador Gidailton França.
O serviço púbico, em geral, tem horário reduzido nos dias de jogos da seleção, tanto na esfera municipal, quanto estadual. No entanto, os serviços essenciais, como o trabalho dos socorristas, policiais e bombeiros militares, não param.
"A profissão de bombeiro não é uma profissão, é um estilo de vida. Então, para a gente não tem feriado, não tem dia santo, não tem dia de jogo, não tem nada, sempre estamos prontos a atender a população", disse o cabo Paulo Róseo, do Corpo de Bombeiros.
"Está todo mundo trabalhando, não tem ninguém parado. Nada modifica. Se tiver um tempinho, dá pra passar e ver, mas parar pra ver não", explicou a auxiliar de enfermagem Tânia Maria, que trabalha no Hospital Walfredo Gurgel.
Outro ponto em que os trabalhadores permanecem é nas praias. No calçadão de Ponta Negra, os dias de jogos tem mostrado um público bem abaixo do que geralmente comparece e alguns quiosques nem abrem.
"O movimento está fraco por causa do jogo", lamentou nesta segunda-feira, dia do jogo entre Brasil e Suíça, a proprietária de um quiosque na praia, Maria Alves da Silva.
Já os bares recebem uma demanda ainda maior em horários de jogos do que nos horários à tarde em dias de semana. Alguns precisaram contratar mais garçons para poder dar conta dos clientes.
E se engana quem pensa que dá para assistir ao jogo e servir as mesas ao mesmo tempo.
"A gente não para de trabalhar, recebendo muitas pessoas. O atendimento fica bem pegado, mas a gente contrata mais pessoas. Estamos com quatro pessoas a mais, para poder atender essa demanda aí da Copa. Não dá para parar pra assistir. Para ter ideia, aquele golaço do Richarlison eu fui assistir só na madrugada", contou Wagner Dias, que é sócio de um bar em Ponta Negra, na Zona Sul de Natal.
O próximo jogo do Brasil na Copa do Mundo é na sexta-feira (2), contra Camarões, às 16h (horário de Brasília).